No dia 17 de março de 1945, nascia Elis Regina De Carvalho Costa a Pimentinha, como ficou conhecida por sua personalidade forte , em Porto Alegre, Rio Grande do Sul sendo a primeira filha de Romeu e Ercy. Uma menininha tímida , mas que já gostava de cantar desde pequenininha. Começou cantando em um programa da Rádio Farroupilha, chamado Clube do Guri, apresentado por Ary Rego, figura muito famosa da época.
A primeira apresentação não foi muito bem, por conta de um sangramento no nariz que a menina tinha quando ficava nervosa. alguns anos depois ela voltou ao programa e, aos poucos, começou a se destacar e acabou indo para a concorrente, a Rádio Gaúcha, com salário e tudo, aos 13 anos.
Seu primeiro álbum veio pela gravadora Continental, em 1961, Em 64, ciente de seu potencial, a cantora decidiu se mudar para o Rio de Janeiro, onde acreditava que as coisas aconteceriam com mais facilidade, após um tempo na gravadora CBS-Columbia, Elis acabou se firmando na Phillips. Logo depois, a menina foi trabalhar na TV Rio, onde apresentou o programa Noite de Gala. Logo após se mudou novamente, dessa vez para São Paulo e em 1965, fez sua estreia no famoso Festival de Música Popular Brasileira.
Ela venceu o concurso com a música Arrastão, e que deu a Elis o prêmio de Melhor Intérprete do evento. Ainda em 1965, Elis Regina passou a apresentar, ao lado do cantor Jair Rodrigues, o programa O Fino da Bossa. A partir daí, os dois lançaram uma série de três discos em parceria, intitulada Dois na Bossa.
Neste mesmo período começou a se estranhar com a Jovem Guarda, que passava a fazer sucesso na TV. Bastante competitiva, a cantora ficou revoltada com a concorrência, chamando o estilo de "submúsica" e "barulheira".
A intérprete gravou aquele que seria considerado por muitos o seu melhor disco nos anos 60: Elis. Aliás, foi esse álbum que revelou para o país artistas até então desconhecidos, como Gilberto Gil e Milton Nascimento, que participaram ativamente da composição das faixas.
Elis Regina foi casada com o compositor Ronaldo Bôscoli, um dos diretores de O Fino da Bossa, dessa união, nasceu o primeiro filho da artista, João Marcelo Bôscoli, produtor musical de destaque atualmente.
Os filhos Pedro Mariano e Maria Rita, hoje cantores, vieram de seu segundo casamento, com o pianista César Camargo Mariano. No período da separação com Bôscoli, Elis começou a trabalhar com o músico, que se tornou seu produtor. Por fim, após algumas investidas de Elis, o tímido César acabou aceitando a união.
Durante uma turnê na Europa, Elis Regina falou mal da Ditadura para uma revista holandesa, por isso ficou marcada no DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) como opositora do regime.
Em 1972, a artista foi obrigada pelos militares a cantar o Hino Nacional nas Olimpíadas do Exército. Logo, quem não apoiava o regime passou a vê-la como "traidora", com destaque para Henfil, cartunista importante na cultura de resistência à ditadura e chegou a compará-la com um cantor que certa vez fez um show na Alemanha a convite de Hitler.
Elis Regina, tomada pelo trauma, caiu de vez em um repertório de MPB, e mostrou-se totalmente engajada como oposição à Ditadura e somou na luta social comandado pela classe artística nesse período.
Um momento importante da biografia de Elis Regina foi o espetáculo Falso Brilhante, de 75. A peça, que contava sua trajetória, também deu origem a um disco gravado em estúdio, nesse LP, Elis trouxe a clássica Como Nossos Pais, composta por Belchior. Sem dúvidas, é uma das mais famosas interpretações da cantora.
Em 1982, Elis e seu então namorado, o advogado Samuel MacDowell, haviam discutido por conta da decisão de morarem ou não juntos. No dia seguinte, 19 de janeiro, Elis ligou para o companheiro em tom conciliador, mas aos poucos sua voz foi ficando esquisita, em seguida, ela parava de responder. Apavorado, Samuel pegou um táxi em direção à casa da artista, no bairro dos Jardins, em São Paulo. Após arrombar a porta, o advogado encontrou Elis com o rosto roxo, já desacordada.
A causa da morte foi revelada: uma overdose provocada por cocaína e álcool, terminava ali a marcante e breve trajetória de uma das maiores e melhores cantoras do Brasil de todos os tempos. Felizmente, ela nos deixou um vasto repertório de música brasileira, com canções repletas de uma profundidade emocional incomparável, em interpretações únicas.
Com informações do site Terra