
O tão aguardado filme biográfico sobre Michael Jackson, intitulado “Michael”, teve sua estreia global oficialmente adiada para 24 de abril de 2026. A informação foi confirmada por representantes da Lionsgate, que distribui o longa nos Estados Unidos, e pela Universal Pictures, responsável pelo lançamento internacional. A estreia estava originalmente prevista para outubro de 2025.
A decisão acontece após o encerramento das filmagens principais e a confirmação de uma pós-produção extensa, com direito a refilmagens, cortes adicionais e ajustes jurídicos. Os estúdios agora consideram, inclusive, dividir o projeto em duas partes, dado o escopo da produção e a duração estimada da montagem original — cerca de três horas e meia.
Um projeto de alto calibre
Dirigido por Antoine Fuqua (Dia de Treinamento, Emancipation) e produzido por Graham King (Bohemian Rhapsody), o longa acompanha a trajetória de Michael desde a infância até o estrelato mundial. O roteiro é assinado por John Logan (Gladiador, O Aviador).
No papel principal, o sobrinho do cantor, Jaafar Jackson, interpreta o Rei do Pop — em sua estreia como ator. O elenco também conta com nomes como Colman Domingo, interpretando o pai Joe Jackson, e Nia Long, no papel de Katherine Jackson.
Motivos do adiamento
De acordo com a imprensa especializada, o corte original do filme ficou muito mais longo do que o previsto, e alguns trechos do terceiro ato precisaram ser regravados por razões legais e narrativas — especialmente trechos envolvendo controvérsias públicas e acusações históricas contra Michael Jackson.
A produção também passou por 22 dias adicionais de filmagens em meados de 2025, com locações em Indiana, Neverland Ranch e Santa Bárbara. O orçamento já ultrapassa US$ 155 milhões, colocando “Michael” como uma das biografias musicais mais caras já produzidas.
O que esperar do filme
Segundo a equipe criativa, o objetivo é retratar as conquistas, os desafios, as polêmicas e a genialidade artística de Michael Jackson com equilíbrio, humanização e respeito. A trilha sonora contará com mais de 30 sucessos originais, e o filme abrangerá momentos icônicos de sua carreira solo e dos tempos com os Jackson 5.
Imagens vazadas e depoimentos de bastidores já destacam a semelhança impressionante entre Jaafar e seu tio, especialmente nas expressões corporais e nos trejeitos de palco. O ator foi preparado por coreógrafos e técnicos que trabalharam com o próprio Michael.
Uma cinebiografia de proporções inéditas
“Michael” carrega o peso de representar uma das figuras mais complexas, influentes e controversas da história do entretenimento — o que por si só já exigiria um nível excepcional de sensibilidade, ambição e responsabilidade. Mas sua grandiosidade vai além do personagem retratado: ela simboliza um novo estágio na evolução das cinebiografias, agora moldadas pelas demandas de um mercado cinematográfico em transição acelerada.
Nos últimos anos, o gênero biográfico — especialmente o musical — viveu um renascimento, impulsionado por títulos como Bohemian Rhapsody (Queen), Rocketman (Elton John), Elvis (Baz Luhrmann), e mais recentemente Maestro (Leonard Bernstein) e Whitney Houston: I Wanna Dance with Somebody. Esses filmes não apenas agradaram ao público, mas reposicionaram o gênero como um território de alto retorno emocional e comercial — ainda mais quando bem ancorado por uma base de fãs leal e por uma trilha sonora que já mora na memória afetiva coletiva.
O diferencial de “Michael” é que ele chega em um momento de redefinição do consumo audiovisual. Hoje, o público vive a era do conteúdo sob demanda, do consumo fragmentado e da hiperpersonalização, onde tempo de tela é moeda e atenção é capital. Para se destacar nesse cenário, um filme precisa ser mais do que bom: ele precisa ser relevante, espetacular e narrativamente envolvente do primeiro ao último segundo.
Além disso, a coexistência (e competição) entre cinemas e plataformas de streaming elevou a régua da produção. O espectador médio que antes se encantava com um drama musical de padrão médio agora exige qualidade de produção cinematográfica digna de premiações, efeitos visuais imersivos e experiências emocionais profundas — tudo isso entregue com o polimento técnico de um blockbuster.
E é exatamente isso que “Michael” promete: um mergulho técnico e narrativo em uma das histórias mais complexas do século XX, com reconstituição de época, direção de arte de alto padrão, montagem dinâmica e fidelidade estética. E ainda, um protagonista com ligação direta à figura retratada, o que confere um nível de autenticidade raramente visto em projetos dessa natureza.
A expectativa não é apenas que o filme conte uma história. Espera-se que ele posicione a cinebiografia musical como um produto de alto prestígio cultural, com potencial de repercutir nos prêmios da temporada e, ao mesmo tempo, dialogar com novas gerações — muitas das quais conheceram Michael Jackson mais pela internet e pela cultura remixada do que pela vivência musical original.
Se cumprir o que promete, “Michael” não será apenas um filme sobre um ícone. Será uma obra que definirá um novo capítulo na forma como o audiovisual homenageia, reinterpreta e eterniza os grandes nomes da música — em tempos de streaming, redes sociais e disputas ferozes por atenção.
Informações: Antena 1