Londrina 
Uma das maiores lendas do rock que teve carreira brilhante como integrante do Black Sabbath e como artista solo, Ozzy Osbourne morreu aos 76 anos. Até o momento, a causa de morte não foi revelada.
Ozzy deixa seis filhos, Aimee, Kelly, Jack, Louis, Jessica e Elliot, e a esposa, Sharon. Desde 2018, o cantor enfrentava recorrentes problemas de saúde. Naquele ano, contraiu duas infecções na mão e precisou adiar datas de turnê. Em 2019, foi internado na UTI após contrair bronquite. Depois, voltou para UTI por conta de uma pneumonia. Já em 21 de janeiro de 2020, Osbourne revelou que recebeu diagnóstico de Parkinson no programa Good Morning America, da ABC.
O artista realizou o show de despedida dos palcos em 5 de julho, no mega festival beneficente Back to the Beginning, que também contou com último show do Black Sabbath com a formação clássica (Bill Ward, Tony Iommi e Geezer Butler também subiram ao palco). O evento foi realizado no Villa Park, estádio do time do coração de Ozzy, Aston Villa.
Vida de Ozzy Osbourne
Antes de ficar mundialmente conhecido como o astro do rock Ozzy Osbourne, John Michael Osbourne nasceu no dia 3 de dezembro de 1948, em Marston Green, Reino Unido. Ele era filho de Lilian Osbourne e John Thomas Osbourne.
Sua primeira aventura concreta na música se deu quando tinha 20 anos, idade com a qual entrou para a The Polka Tulk Blues Band, também conhecida apenas como Polka Tulk ou Earth. O grupo, formado por Ozzy Osbourne (vocal), Tony Iommi (guitarra), Bill Ward (bateria) e Geezer Butler (baixo), era bastante influenciado por Cream, Blue Cheer e Vanilla Fudge.
No entanto, em 1969, os artistas decidiram escolher outro nome para a banda ao descobrir que já existia um grupo chamado Earth. Com base no título de uma história do escritor Dennis Wheatley, eles decidiram mudar a alcunha para Black Sabbath.
Com o Black Sabbath, Ozzy Osbourne lançou nove discos de estúdio. Eles foram Black Sabbath (1970), Paranoid (1970), Master of Reality (1971), Vol.4 (1972), Sabbath Bloody Sabbath (1973), Sabotage (1975), Technical Ecstasy (1976), Never Say Die! (1978) e 13 (2013).
Ozzy sai do Black Sabbath
O disco Never Say Die! marcou a despedida do vocalista do grupo britânico de heavy metal. Separado da banda com a qual iniciou carreira, ele cria um grupo solo com Randy Rhoads (guitarra), Bob Daisley (baixo) e Lee Kerslake (bateria). O primeiro disco de estúdio, intitulado Blizzard of Ozz, foi lançado em 1980 e foi um grande sucesso, com hits como “Crazy Train” e “Mr. Crowley,” e vendeu 500 mil cópias em menos de 100 dias.
Após lançar o segundo disco de estúdio, Ozzy começou uma turnê na Europa mas precisou interrompê-la por conta de um colapso nervoso. Ele voltou aos Estados Unidos para se recuperar. Foi nessa época que aconteceu um dos momentos mais marcantes e polêmicos da carreira dele.
Durante um show, uma pessoa do público arremessou um morcego de verdade no palco. O cantor achou que era um animal cenográfico e mordeu a cabeça dele. Em decorrência desse caso, o artista precisou tomar diversas vacinas antirrábicas, responsável por causar choques anafiláticos e outros problemas de saúde.
Acontece um acidente terrível
Quando Ozzy Osbourne e banda estavam em uma crescente que não parava, os artistas passaram por um evento drástico. Em 19 de março de 1982, quando viajavam em direção a Orlando, Flórida, parte do grupo optou por descansar. Neste momento, o motorista do ônibus, que tinha habilitação para pilotar avião, convidou algumas pessoas, como Randy Rhoads e a maquiadora Rachel Youngblood para um passeio aéreo.
Segundo informações da época, o motorista estava magoado por ter se divorciado, e teria ficado furioso quando viu a esposa entrar no ônibus, e decidiu jogar o avião no veículo. Quem estava no ônibus não ficou ferido, mas todos presentes no avião morreram.
Rhoads era um dos melhores amigos de Ozzy, que entrou em depressão profunda com a morte do colega de banda. Ao invés de lançar um disco ao vivo com repertório próprio, ele optou por gravar em show uma coletânea de clássicos do Black Sabbath, chamada Speak of the Devil (EUA) e Talk to the Devil (Inglaterra).
Pulando para 1986, o astro do rock lançou The Ultimate Sin, que foi bastante criticado, apesar de conter o hit “Shot in the Dark.” Inclusive, o próprio Ozzy achava o trabalho medíocre.
Já em 1987, motivada pelas centenas de cartas de fãs interessados em material inédito do guitarrista, a mãe de Randy Rhoads entra em contato com Ozzy que decide reunir seus arquivos e enviá-los a Max Norman — produtor de seus três primeiros álbuns. O resultado foi o lançamento do disco Tribute to Randy Rhoads, tributo a Randy Rhoads.
Volta do Black Sabbath?
No meio dos anos 1980, começaram a surgir boatos de uma reunião histórica entre Ozzy e Black Sabbath — especialmente após o show no Live Aid, em 1985. Isso não ocorreu. No entanto, ele e Geezer Butler trabalharam no álbum Just Say Ozzy, com canções de No Rest for the Wicked (1988) e hits da banda.
Já em 1992, ano em que teria um dos últimos shows da carreira de Ozzy Osbourne, o cantor se apresentou na Califórnia e surpreendeu os fãs quando os integrantes originais do Black Sabbath tocaram os clássicos “Black Sabbath”, “Fairies Wear Boots”, “Iron Man” e “Paranoid”. Quando acabaram, quem estava presente viu a seguinte mensagem: "I'll be back" ("Eu voltarei," na tradução livre).
O motivo da aposentadoria de Osbourne seria um diagnóstico equivocado de esclerose múltipla. Ele acabou retornando com a carreira solo em 1995 e dois anos depois se reuniu com o Black Sabbath, o que durou até 2006.
Ainda havia tempo para mais um retorno. No dia 11 de novembro de 2011, o site oficial do Sabbath anunciou o retorno de Ozzy Osbourne. No ano seguinte, eles começaram a gravar em estúdio e realizaram uma turnê mundial. Bill Ward acabou ausente, sendo substituído em estúdio por Brad Wilk e ao vivo por Tommy Clufetos.
A despedida do Sabbath, ainda com Clufetos, se deu em 2017. Ozzy retomou a carreira solo e lançou álbuns como Ordinary Man (2020) e Patient Number 9 (2022), embora tenha parado de se apresentar ao vivo no fim de 2018, sem concluir uma turnê final devido a problemas de saúde — ele revelaria um diagnóstico real de Parkinson em 2020. Em 5 de julho de 2025, no mega festival beneficente Back to the Beginning, o cantor e Black Sabbath se despediram oficialmente dos palcos.
Informações: Rolling Stone
