
Nesta segunda-feira (28), Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, a Prefeitura de Londrina vai promover uma ação alusiva à data no Calçadão, das 9h às 16h. Haverá testagem rápida para hepatites B e C, HIV e sífilis, além de vacinação contra hepatite B. A iniciativa será promovida pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em parceria com Rotary, a Residência de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Secretaria Municipal de Defesa Social.
Essas atividades serão concentradas no posto fixo da Guarda Municipal, localizado no Calçadão, na esquina com a Rua Professor João Cândido, em frente às Lojas Americanas. Será montada uma estrutura anexa a posto, com uma tenda, mobiliários e materiais necessários para atender as pessoas.
A SMS levará profissionais, testadores e vacinadores, e os residentes do curso de Enfermagem da UEL vão ajudar a compor a equipe. Os voluntários do Rotary também participarão da ação, auxiliando nas orientações, na abordagem ao público e no cadastro dos participantes.
Com relação à vacinação, serão disponibilizadas, inicialmente, 500 doses da vacina contra a hepatite B. Se houver demanda, novas doses poderão ser destinadas.
De acordo com a enfermeira e assessora técnica da SMS, Kátia Fermino, o objetivo da ação é levar promoção da saúde e oportunidades de diagnóstico precoce mais próximas da população. “Nós já oferecemos a vacinação contra a hepatite B para toda a população e as testagens rápidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e no CIDI, mas nem todas as pessoas utilizam esses serviços. Por isso, nossa intenção é facilitar o acesso, levar orientações e promover o diagnóstico precoce dessas doenças, o que é fundamental para o tratamento”, destacou.
A enfermeira explicou que muitas pessoas podem ter sífilis ou os vírus das hepatites B e C, ou até o HIV, sem apresentar sintomas que as façam procurar atendimento. “Por isso, quando há a chance de fazer o teste rápido, é possível descobrir a infecção mais cedo e começar o tratamento o quanto antes”, completou.
Celebrado em 28 de julho, o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais foi instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico e do tratamento dessas doenças. No Brasil, a campanha é reforçada ao longo do mês com o “Julho Amarelo”, período dedicado à intensificação das ações de combate às hepatites virais.
Londrina participa do “Julho Amarelo”
O Julho Amarelo é uma campanha de conscientização sobre as hepatites, infecções que afetam o fígado e podem ter consequências sérias à saúde. O objetivo é informar as pessoas sobre formas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento dessas doenças.
A diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Fernanda Fabrin, ressaltou que o Julho Amarelo representa uma excelente oportunidade para as pessoas fazerem exames e cuidar mais da saúde. “Os serviços de saúde de Londrina oferecem testes rápidos para detectar precocemente as hepatites B e C, além de disponibilizar a vacina contra a hepatite B para toda a população, a partir do nascimento. A vacina contra a hepatite A também está disponível para crianças menores de 5 anos. Há, ainda, uma atenção especial para pessoas com maior risco, como aquelas que vivem com HIV ou que usam a PrEP (medicação preventiva contra o HIV), que podem receber a vacina contra a hepatite A para reforçar a proteção, já que fazem parte de um grupo mais vulnerável. Também estamos fortalecendo o cuidado para evitar a transmissão da hepatite B de mãe para filho, com acompanhamento de qualidade no pré-natal, vacinação completa e, quando necessário, aplicação de medidas de proteção logo após o nascimento”, informou.
Atualmente, são reconhecidos cinco tipos principais de hepatites virais, classificados pelas letras A, B, C, D e E. Cada uma é causada por um vírus diferente, com modos distintos de transmissão, evolução e tratamento. No Brasil, apenas para as hepatites C e E não há vacinação.
Dados de casos em Londrina – De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, Londrina registrou, em 2025 até o momento, 77 casos de hepatites virais. A maioria corresponde às hepatites B e C, com 32 casos cada, seguidas pela hepatite A, que tem apresentado aumento, com nove registros. No ano de 2024, foram contabilizados 97 casos no total, sendo a maioria de hepatite C (47), seguida por hepatite B (36) e hepatite A (11).
Em relação à faixa etária, em 2025, a maior parte dos casos abrange pessoas de 40 a 59 anos (33), seguidas por pacientes com 60 anos ou mais (23) e pessoas entre 20 e 39 anos (19). Também houve um caso de paciente com idade entre 10 e 19 anos e um em criança menor de 1 ano.
Já em 2024, a maioria dos casos foi entre idosos com 60 anos ou mais (40), seguidos por pessoas de 40 a 59 anos (36) e de 20 a 39 anos (20). Também houve um registro na faixa de 10 a 19 anos.
Transmissão e Prevenção – A transmissão da hepatite A ocorre principalmente pela via fecal-oral. Isso inclui ingestão de água ou alimentos contaminados, ou por contato sexual desprotegido.
A hepatite B é transmitida principalmente pelo contato com sangue ou fluidos corporais de pessoas infectadas. As principais vias de transmissão são: relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de objetos perfurocortantes contaminados (como agulhas e seringas), e de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação.
A hepatite C é transmitida via contato com sangue contaminado, como transfusões antigas e seringas. Para a hepatite C não há vacina, por isso a prevenção é essencial. Entre os principais cuidados estão: não compartilhar objetos cortantes ou perfurantes, como agulhas, seringas, alicates de unha, lâminas de barbear, escovas de dente e materiais usados para tatuagem ou piercing (todos esses itens devem ser de uso individual ou estar devidamente esterilizados); usar camisinha nas relações sexuais, principalmente em casos de múltiplos parceiros ou práticas que possam causar sangramento; evitar o compartilhamento de objetos usados para o consumo de drogas, como cachimbos, canudos ou seringas.
Tratamentos – As hepatites virais têm tratamentos, conforme o tipo de vírus. A hepatite A costuma desaparecer sozinha, sem necessidade de remédios, a depender da idade do paciente. Nesse caso, o mais importante é descansar, se alimentar bem e se manter hidratado. A hepatite B pode ser mais séria. Algumas pessoas eliminam o vírus naturalmente, mas quando a infecção se torna crônica, pode ser necessário tomar medicamentos para controlar a doença e evitar problemas no fígado. A hepatite C tem cura e o tratamento é feito com remédios modernos, tomados por cerca de dois a três meses, que conseguem eliminar o vírus em mais de 95% dos casos.
Locais de referência para vacinas e testes – Durante todo o ano é possível fazer testagem rápida para hepatites B e C, HIV e sífilis nas UBSs e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado dentro do Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho, de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h. O endereço é Alameda Manoel Ribas, nº 1, Centro. Para fazer a testagem é necessário agendar horário via internet (clique aqui).
Já as vacinas contra hepatite B, para toda a população, e contra hepatite A, para crianças menores de 5 anos, são disponibilizadas nas UBSs, de segunda a sexta, das 7h às 19h.