
Neste sábado (09), a Vila Cultural Casa da Vila (Rua Uruguai, 1.656) recebe o Café Literário: Afrofuturismo e Escrita Criativa, atividade gratuita com início às 15h. O evento propõe reflexões sobre futuros com protagonismo negro, em formato de workshop conduzido pela escritora Jackie Rodrigues. A programação será voltada a públicos diversos e, ao final, contará com uma roda de Capoeira Angola.
O encontro começa com a provocação “Como você imagina um futuro em que pessoas negras são protagonistas?” e se desdobrará em uma série de diálogos e vivências em torno do tema. “A importância dessa atividade está em abrir as portas da comunidade para discutir o letramento racial. É um trabalho que já desenvolvemos na Biblioteca Preta, buscando promover a conscientização racial por meio da literatura, como ferramenta crítica ao racismo”, explicou o organizador e bibliotecário Leandro Palmerah.
A programação terá início com uma introdução ao conceito de afrofuturismo, seguida de uma conversa sobre o pensamento a partir da ancestralidade. Em seguida, serão lidos dois textos de autoria de Jackie Rodrigues, que darão base para uma troca de ideias sobre pontos de vista, empatia e memória. A atividade seguirá com um exercício de escrita criativa: a criação de novas histórias a partir da mudança de foco narrativo (e se a história fosse contada pela vó? pelo irmão? pela vizinha?).
Após o encerramento do workshop, haverá uma roda de conversa com três convidados: o professor, apresentador e escritor Frederico Fernandes; o professor Dejair Dionísio; e o jornalista e videomaker Allan Ferreira. Para Ferreira, a iniciativa traz à tona debates fundamentais. “A roda de conversa é essencial porque discute o direito de imaginar o futuro a partir das raízes negras, algo historicamente negado às pessoas negras. Falar sobre afrofuturismo e literatura é refletir sobre o apagamento da identidade negra, a ausência de representatividade nas narrativas tradicionais e o quanto isso afeta nossa autopercepção e nossa capacidade de construir outros futuros”, afirmou.
Ele destaca ainda os impactos positivos da ação para o público. “Quem estiver presente pode sair com a consciência mais aguçada sobre como a ausência de referências negras no imaginário coletivo limita não só os sonhos das pessoas negras, mas também empobrece a construção de um futuro mais justo e diverso para todos. Além disso, esses debates fortalecem vínculos, despertam o orgulho e inspiram novas narrativas, novas obras e novas formas de existir com dignidade e pertencimento”, completou.
A Casa da Vila é patrocinada pela Secretaria Municipal da Cultura, por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).