
Em 2025, o clássico álbum "Hunting High and Low", do trio norueguês A-ha, completa 40 anos. Lançado em junho de 1985, o disco não apenas revelou a banda ao mundo, mas também cravou seu nome na história do pop europeu com faixas que se tornaram hinos de uma geração. Com produção refinada, sintetizadores marcantes e a voz inconfundível de Morten Harket, o álbum continua influente e relevante quatro décadas depois.
COMO O A-HA CHEGOU À FAMA GLOBAL
A trajetória do A-ha começou no início dos anos 1980, quando Morten Harket (vocal), Magne Furuholmen (teclados) e Paul Waaktaar-Savoy (guitarra) decidiram deixar Oslo rumo a Londres em busca do sonho musical. Após meses de gravações e tentativas frustradas, o grupo chamou a atenção da Warner Bros. Records, que assinou contrato com a banda após ouvir uma versão demo de "Take On Me".
Apesar da primeira versão do single não ter alcançado sucesso imediato, a regravação de "Take On Me" em 1985, acompanhada de um videoclipe inovador em rotoscopia, mudou o jogo. O clipe virou um fenômeno na MTV e impulsionou a faixa ao topo das paradas em mais de 30 países.
Magne Furuholmen recorda: “Ao chegarmos a Londres, fomos surpreendidos pela diversidade musical. Isso nos forçou a evoluir e adaptar nosso som, incorporando sintetizadores e experimentando novos arranjos.”
Paul Waaktaar-Savoy comentou: “Algumas demos que gravamos tinham uma energia única que, às vezes, se perdia nas versões finais. Sempre buscamos manter aquela essência crua e autêntica nas nossas músicas.”
Morten Harket relembra: “Nunca duvidei que alcançaríamos sucesso com esse álbum. Sabíamos que, uma vez que tivéssemos a oportunidade certa, tudo se encaixaria naturalmente.”
OS BASTIDORES DE "HUNTING HIGH AND LOW"
Gravado em estúdios renomados de Londres, o álbum contou com a produção de Tony Mansfield e Alan Tarney. As faixas exploram temas como amor romântico, existencialismo e juventude, mesclando influências do new wave, do pop romântico e da eletrônica europeia. A intensidade emocional das letras e os arranjos sofisticados contribuíram para o sucesso crítico e comercial do disco.
Paul Waaktaar-Savoy contou: “Escrevi o riff de 'Take On Me' quando tinha 15 anos. Inicialmente, achamos que era pop demais para o estilo que queríamos, mas percebemos que tinha algo especial.”
Magne Furuholmen destacou: “Durante as gravações, estávamos tão dedicados que mal percebíamos o tempo passar. Era como se estivéssemos em uma missão, determinados a deixar nossa marca.”
A capa do álbum, com o trio em preto e branco em uma foto levemente desfocada, refletia o estético melancólico e sofisticado da década. Ao todo, o disco vendeu mais de 10 milhões de cópias no mundo.
UM ÁLBUM ICÔNICO QUE MARCOU ÉPOCA
"Hunting High and Low" não se tornou apenas um fenômeno de vendas, ultrapassando os 10 milhões de cópias. Embora "Take On Me" tenha sido o ápice comercial, o álbum também conquistou a crítica, recheado de momentos memoráveis que evidenciam a força criativa e emocional do trio.
Take On Me: Um clássico da new wave, com teclados impetuosos e a voz aguda e delicada de Morten Harket. Seu videoclipe inovador, misturando animação e live-action, virou referência na era da MTV.
The Sun Always Shines on T.V.: Com estrutura crescente, começa como uma balada e explode em um som épico, com guitarras e sintetizadores em intensidade máxima. Uma verdadeira "Wall of Sound" dos anos 1980.
Hunting High and Low: A faixa-título é uma balada orquestral, dramática e romântica, destacando o alcance e a emoção na voz de Harket.
Train of Thought e Love is Reason: Com influências de Depeche Mode e Camouflage, essas faixas exploram temas urbanos e existenciais, sustentadas pela atmosfera eletrônica e lirismo intenso.
Living a Boy's Adventure Tale: Uma espécie de valsa pop que mistura ingenuidade e sofisticação melódica, soando como uma fusão entre o The Blue Nile e o Alphaville.
The Blue Sky e And You Tell Me: Curtas e encantadoras, essas faixas funcionam como interlúdios líricos entre a energia das demais, dando equilíbrio ao álbum.
A FEBRE ADOLESCENTE E A LONGEVIDADE ARTÍSTICA
No auge do sucesso, o A-ha se tornou uma febre entre adolescentes do mundo todo, especialmente na Europa e América Latina. Pôsteres, revistas, programas de TV e turnês lotadas transformaram o trio em ídolos globais.
Ao contrário de muitos grupos da época, o A-ha seguiu evoluindo. A banda passou por pausas, retomadas e novas fases criativas. Hoje, continua em atividade com turnês internacionais, lançamentos recentes e uma base fiel de fãs.
LEGADO DE UM CLÁSSICO POP
Quarenta anos depois, "Hunting High and Low" é lembrado como um dos álbuns mais importantes da história do pop europeu. Sua mistura de tecnologia, emoção e identidade visual marcou uma geração e segue inspirando artistas contemporâneos.
Comemorando quatro décadas de legado, o A-ha reafirma seu lugar como um dos trios mais singulares e duradouros da história da música pop.
"Take On Me" – O videoclipe mais icônico da banda, com técnica de rotoscopia (animação sobre live-action). Dirigido por Steve Barron, tornou-se um marco da MTV e um dos vídeos mais premiados da história da música.
"The Sun Always Shines on T.V." – Também dirigido por Steve Barron, começa com a continuação direta do clipe de "Take On Me" e evolui para uma performance teatral em uma igreja, com imagens fortes e corais.
"Train of Thought" – Este vídeo tem uma estética mais sombria e artística, com animações em preto e branco e elementos gráficos desenhados à mão, remetendo ao estilo expressionista europeu.
"Hunting High and Low" – Lançado em 1986, o clipe é emocional e cinematográfico, apresentando Morten Harket em diferentes cenários e dimensões, reforçando o teor romântico e dramático da música.
Esses clipes ajudaram a consolidar a imagem do A-ha como uma banda visualmente sofisticada, com grande apelo na era de ouro da MTV.
Informações: Antena 1