Londrina 
O Coletivo de Cinema Negro (Cocine), em parceria com a Vila Cultural Casa da Vila (Rua Uruguai, 1.656, Vila Brasil), promove neste domingo (28), a partir das 19h, a exibição gratuita de três curtas-metragens. As obras integraram a programação da 2ª Mostra de Cinema Negro de Londrina, realizada em 2024, e agora retornam ao público em uma sessão especial.
A classificação indicativa é para maiores de 10 anos, mas, segundo os organizadores, o conteúdo é acessível a todas as idades. Os filmes foram escolhidos por destacarem a cultura como ferramenta de luta e resistência social, além de valorizarem trajetórias artísticas e coletivas.
De acordo com o coordenador do Cocine, Fagner Bruno de Souza, o objetivo foi selecionar produções que dialoguem com diferentes públicos. “Os filmes que a gente escolheu trazem temáticas voltadas a artistas, sobretudo artistas negros. São documentários que contam as trajetórias dessas pessoas. Definimos a classificação a partir dos 10 anos, mas não há cenas de violência ou conteúdos inapropriados. Isso torna a exibição tranquila e receptiva para todos”, explicou.
Entre os curtas está “João Cândido da Silva – 90 Anos” (2022), produzido em Salvador (BA), que celebra a trajetória do artista visual mineiro. Com mais de seis décadas dedicadas à pintura e à escultura, João Cândido retrata celebrações e tradições de matrizes africanas e afro-brasileiras.
Outra obra é “A Trilha Sonora de um Bairro” (2023), de Curitiba (PR), que registra as manifestações culturais da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). O filme evidencia como a periferia se expressa por meio da arte, trazendo à tela o cotidiano, os sonhos, os desafios e a complexidade social vivida por seus moradores.
Completa a programação o curta “Surreal” (2023), de São Paulo (SP), que apresenta a trajetória de NeneSurreal, referência do grafite paulistano desde os anos 90. Mulher negra periférica, artista plástica e visual, educadora social, escultora, pintora e graffiteira, Nene é retratada em toda sua multiplicidade cultural e social.
Para Souza, oferecer essas produções de maneira gratuita é também uma forma de reafirmar o cinema como arte acessível. “O cinema acaba sendo muitas vezes uma arte cara de se fazer e de se consumir. A gente tem uma visão diferente, entendemos o cinema como possibilidade de construir discursos e distribuir cultura. E a melhor forma de fazer isso é gratuitamente. Disponibilizar essas obras é uma maneira de mantê-las vivas e próximas das pessoas”, afirmou.
As sessões fazem parte do Cineclube do Cocine, que acontece sempre no último domingo do mês, na Casa da Vila. A iniciativa tem patrocínio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), por meio de recursos do Governo Federal viabilizados pela Prefeitura de Londrina. Já a Vila Cultural Casa da Vila conta com patrocínio da Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), via Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).
