
Nesta quarta-feira (04), o Coletivo de Cinema Negro de Londrina (Cocine) promove uma palestra com a doutora Marleide Perrude, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). O encontro, que terá como tema “Relações Étnico-Raciais”, começa às 19h30, no Canto do MARL (Avenida Duque de Caxias, 3.241). A entrada é gratuita.
A palestra integra a programação da Oficina de Cinema Popular como atividade complementar para os participantes do curso, mas também estará aberta para o público em geral. A atividade também contará com a participação de integrantes de projetos de extensão do NEAB.
“Iremos abordar o conceito de raça e as diferentes formas de racismo, como o estrutural, institucional, recreativo e epistêmico, refletindo sobre como essas violências atravessam o nosso cotidiano. Além disso, é fundamental que esses debates componham, antes de tudo, um processo de letramento racial e integrem a luta antirracista. A partir disso, vamos discutir caminhos para combater essas expressões de racismo no cinema“, afirmou a doutora Marleide Perrude.
Perrude é pesquisadora, pós-doutoranda e atua na área de Educação, com ênfase em política educacional, avaliação de políticas públicas, formação de professores, orientação educacional, educação de jovens e adultos, diversidade e relações raciais. Além disso, integra a comissão de homologação das cotas raciais da UEL.
O NEAB desenvolve estudos sobre as culturas afro-brasileira, africana e da diáspora, promovendo pesquisas, cursos e ações formativas voltadas à produção de conhecimento e à formulação de estratégias de enfrentamento ao racismo, à discriminação e ao preconceito racial.
Para o coordenador do Cocine, Fagner Bruno de Souza, a roda de conversa é fundamental para ampliar a compreensão sobre os processos históricos de formação do Brasil e as dinâmicas sociais que estruturam a organização da população brasileira atualmente.
“Como nosso curso tem uma linha de pesquisa voltada para questões populares e comunitárias, vinculamos esse debate às relações étnico-raciais, considerando que a maior parte da população brasileira é formada por grupos minorizados. Acreditamos que trabalhar com essa temática é essencial, tanto para os alunos da oficina quanto para o público em geral”, destacou Souza.
Atualmente, a Oficina de Cinema Popular está concluindo seu primeiro módulo teórico e se prepara para iniciar a etapa prática, com oficinas de roteiro, direção de fotografia, captação de som e produção executiva.
Em 2024, o Cineclube do Cocine exibiu produções londrinenses em seis sessões na UEL, em parceria com o NEAB. Esse ano, o Núcleo segue apoiando a Oficina de Cinema Popular, oferecendo certificação como curso de extensão e ampliando o espaço para o debate sobre cinema popular e estudos afro-brasileiros.
O projeto tem patrocínio da Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), via Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).