Tempo em Londrina-PR Londrina 22 º
  • Dólar
  • Euro

AO VIVO | 90.1

Facebook do TribunaFM Instagram do TribunaFM Whatsapp do TribunaFM
loading-icon
O ponto final

A gota d’água para o fim dos Beatles, segundo Paul McCartney

Nada de Yoko Ono, problemas financeiros ou atritos internos entre eles

DA REDAÇÃO • 15/10/2025 às 9:08

A gota d’água para o fim dos Beatles, segundo Paul McCartney
Os Beatles chegaram ao fim da década de 1960. Reprodução

Os Beatles chegaram ao fim da década de 1960 com rachaduras internas cada vez mais profundas. Quando o álbum Let It Be foi lançado, em maio de 1970, a banda já havia anunciado a separação. Foi apenas o ponto final de uma trajetória que vinha se deteriorando nos anos anteriores.

Vários fatores contribuíram para o término. No entanto, se depender de Paul McCartney, a resposta para o que foi “a gota d’água” é simples e clara: Allen Klein.

Nada de Yoko Ono, problemas financeiros ou atritos internos entre eles. Na visão de Macca, foi a presença e a ética de trabalho do empresário — de quem ele nunca gostou — que levaram à dissolução definitiva dos Beatles.

Em entrevista ao jornalista Paul Du Noyer (via Far Out Magazine), Paul refletiu sobre o assunto:

“Fizemos Let It Be, mas, por causa de todos os relacionamentos pessoais tensos, a gota d’água foi a chegada de Allen Klein. Foi ele quem decidiu que Let It Be não era bom o suficiente e que precisava de arranjos de cordas, de um acabamento.”

Allen Klein, Beatles e Paul McCartney

Allen Klein assumiu como empresário dos Beatles por sugestão de John Lennon. Ele substituiu Brian Epstein, falecido em 1967, e esteve à frente dos negócios da banda por três anos.

Sua tática de negociação era curiosa. Ele conseguia aumentar os lucros dos músicos ao renegociar contratos com gravadoras, trazendo bons frutos de início. O dilema é que ele fazia isso transformando sua própria empresa em uma intermediária, tornando-se o detentor dos direitos das canções. No longo prazo, enriquecia às custas dos artistas, por vezes sem o conhecimento deles. Além disso, estabelecia contratos extensos para que seus clientes não o abandonassem.

Paul McCartney sempre se mostrou reticente sobre o caráter e o modus operandi de Klein, que também trabalhou com os Rolling Stones. No livro Paul McCartney: Many Years From Now (1997), de Barry Miles, Macca revelou que Mick Jagger chegou a alertar os Beatles sobre o controverso empresário (via site Igor Miranda):

“Nós, os Beatles, estávamos todos reunidos na grande sala de reuniões e perguntamos a Mick como era Klein. Ele disse: ‘Bem, se você gosta desse tipo de coisa, ele serve’. Não disse: ‘Ele é um ladrão’, embora Klein já o tivesse arrancado todos os direitos autorais (dos Stones) naquela época.”

A situação com os Stones foi ainda mais complicada. Klein reteu um alto montante de dinheiro da banda, que acabou não pagando impostos em função disso. O período de “exílio” na França, em 1971, ocorreu por conta do empresário.

Ação judicial em busca de um bem maior

Paul McCartney decidiu processar os Beatles, logo após o fim das atividades, justamente com o intuito de evitar que Allen Klein ficasse com os direitos das canções do grupo. Em entrevistas, ele conta que jamais teria sido possível lançar materiais como Anthology e o documentário The Beatles: Get Back, além de novas versões dos discos, sem essa atitude.

Informações: Rolling Stone

TAGS:

Leia mais